DUAS GRANDES VIAGENS

Na verdade este blog não é o relato de uma viagem ao Peru, mas de duas jornadas inesqueciveis a este país mágico e misterioso.
Em 2010, pacote de viagem de ônibus saindo do RS, passando pelo norte da Argentina, norte do Chile e sul do Peru até Cusco.
Em 2011, mochila nas costas, ônibus até a fronteira em Corumbá no Mato Grosso do Sul, Bolívia de trem e ônibus até La Paz e depois mais ônibus até Cusco no Peru.
Nas duas vezes fomos a Machu Picchu de trem como destino final.




NAVEGAÇÃO NO BLOG

Para melhor compreensão da sequência dos relatos de viagem, clique nos títulos das postagens na coluna da esquerda, por ordem de data, pois as postagem são feitas em sequência cronológica, deixando os textos em ordem inversa.

Ao chegar no final de cada postagem, escolher outro título ou clicar em postagens mais antigas.

CONECTADO

Viajar, viajar, viajar...
Viajar proporciona ao espírito humano uma espécie de elevação, transcendência ou, pelo menos e para aqueles menos sensíveis, inspiração.
Quando viajo tenho o estado de consciência alterado assim que me afasto um pouco do lugar onde nasci. É uma espécie de preparação para o que virá, um mecanismo automático da mente humana, espécie de gatilho que dispara em meu ser me tornando apto a percebe a vibração e a energia do mundo em lugares diferentes, habitados por pessoas e culturas diferentes.
Não é preciso ir muito longe não. Basta sair da realidade e do meio onde vivemos e temos a vida sob controle, a rotina estabelecida e poucas perspectivas de mudança.
Um país vizinho, outro estado deste nosso imenso país, ou outra cidade desse nosso Rio Grande cheio de surpresas e multiculturalismo. Não importa a distância. Não é preciso ir para o Egito, Israel ou Índia para ser acometido deste estado febril e mágico que nos faz tão bem.
Muitas vezes conseguimos isto sem sair do lugar, vendo um filme, lendo ou ouvindo alguém contar uma história fantástica.
O fato é que existe algo no mundo que permite que todos os lugares tenham características próprias que os tornam incomparáveis e únicos, no entanto, há uma outra magia que faz com que encontremos nessa diferença toda uma espécie de energia que provavelmente é única em todo planeta, algo que interliga cada canto deste mundo fazendo dele uma rede de consciência universal e que faz com que nos sintamos muito próximos e conhecedores de tudo que há. Esta universalidade nos dá a certeza de que todos somos irmãos!
Depois que foi ao Peru passei por alguma transformação, o que tem me possibilitado perceber estas coisas sutis que encontramos pelos caminhos onde andamos.
Não tenho viajado muito, mas as lembranças de cada lugar onde estive me faz ter a certeza desta sensação de poder estar em harmonia com o planeta, com todos os povos e com o universo ao meu redor. Mesmo que isto aconteça simplesmente lendo um jornal, assistindo a um noticiário ou ouvindo uma música.
Estive visitando a quarta colônia do RS, por ocasião do feriado de Corpus Christi onde participei do almoço no salão da comunidade de descendência italiana e da procissão sobre os tradicionais tapetes coloridos em Vale Vêneto no interior de São João do Polêsine, no centro do estado e onde. Um lugar inacreditável para onde costumo fugir de vez em quando.
Durante a procissão, ouvindo os cânticos vindos do auto-falante de uma Kombi, “puxados” com aquele belo sotaque italiano, sentindo o aroma do incenso inebriante, debaixo de um sol brilhante que insistia em romper o frio do vale em plenas onze da manhã, passei por uma espécie de experiência mística, aquela sensação de estar ao mesmo tempo em muitos lugares, conectado com o todo. Nos lugares em que já estive, e sempre visito as igrejas aonde vou, neste momento ritualístico me pareceu algo que poderia ter experimentado em outras situações. Fiquei viajando por todas as igrejas que já visitei... algumas do nordeste brasileiro, do interior da argentina, da serra gaúcha, Rio Pardo, Porto Seguro, Rio de Janeiro, Santa Cruz, Santa Maria, Cuzco, Cachoeira do Sul... Quem sabe nas que nunca estive, Santiago de Compostela, Notre Dame, Glastonbury, Israel, Istambul ou em Roma... –quem sabe, um dia desses?
Tenho certeza que há algo ligando todos estes lugares e todas as pessoas no planeta e em momentos como este cuja descrição perfeita é improvável e a compreensão de quem lê estas palavras muito vaga, nos resta tentar fazer parte desta energia, integrar esse espaço irradiando aquilo que somos e recebendo de volta iluminação. É como ser tocado por Deus, ouvir sua voz, estar conectado e naquele momento sentir-se merecedor deste legado.

PISCO SOUR

Na bagagem de volta, muitas idéias e novos ideais de vida.
Sempre que viajamos, acabamos nos apaixonando pela cultura local e nos apropriando de alguns aspectos culturais dos povos que conhecemos. Com os peruanos não foi diferente, além de decorar a casa com alguns objetos peruanos e dos "Toritos de Pucará" que foram parar em cima do nosso telhado, vieram algumas receitas como o "Lomo Saltado" e um famoso drinque peruano chamado "Pisco Sour".
O pisco é uma aguardente destilada de uvas moscatel cultivadas nos vales irrigados do norte do Chile e no Peru com elevado teor de açúcar, com muita personalidade, incolor ou com um ligeiro tom âmbar, com sabor muito forte, deve ter entre 42 e 52 graus de álcool, segundo o lugar de elaboração. Há controvérsia sobre a verdadeira origem do destilado, mas o fato é que tanto no Chile como no Peru Pisco Sour é mania nacional. Assim como existem variações a cerca de sua procedência chilena ou peruana, também há diferentes receitas do drinque.
Das receitas que encontrei na internet, a que achei mais parecida com o que bebemos em Cusco foi esta:



PISCO SOUR

INGREDIENTES:
- 2 doses de pisco
- 3 doses de suco de limão
- 1 colher de açúcar
- 1/4 de clara de ovo
- 3 ou 4 cubos de gelo

PREPARAÇÃO:
Coloque todos os ingredientes no liquidificador e bata com gelo, com pouca velocidade. Ao servir o copo deve ter 1/4 de espuma.
Pode-se colocar uma rodela de limão na borda do copo e um pouco de canela em pó para decorar e torná-lo ainda mais exótico.
Depois é só... - Arriba Muchacho!!!

Só foi possível preparar este drinque porque encontramos em uma loja de conveniência em Cusco uma pequena garrafa do Pisco Vargas que acabei comprando por levar o meu nome.



Depois descobri pela internet que o Pisco Vargas é uma das marcas mais conhecidas do pisco peruano.

LOS TORITOS

Quem vai ao Peru traz consigo profundas marcas gravadas na alma e acaba mudando o modo de ver a vida e as pessoas, bem como o modo de encarar cada desafio ou obstáculo que surge no cotidiano.
Trazer alguns objetos faz com que relembremos aquela experiência inesquecível, reforçando aquelas sensações que o Peru e seu povo imprimem em nosso ser.
Com nosso grupo não foi diferente. Além dos badulaques típicos de qualquer turista, procuramos trazer algo que lembrasse a excência deste povo e desta cultura tão marcante.
Em cima do telhado de nossa casa, colocamos o objeto mais importante e sagrado que trouxemos: LOS TORITOS DE PUCARÁ.



Alguns dias depois que voltamos para o Brasil, uma das colegas do grupo fez uma pesquisa sobre Los Toritos e enviou o texto encontrado para todo grupo. Achei que seria legal fazer uma postagem em nosso blog.

PUCARÁ se encuentra ubicado a 101 km. al norte de Puno y a 1.45 horas aprox. en auto. Su alfareróa ha alcanzado gran renombre especialmente por sus "Toritos de Pucará".

Pucará es un poblado donde se encuentra el Gran Templo Pucará y en el que sus habitantes, prodigiosos artesanos y alfareros, fabrican los conocidos "Toritos de Pucará". Su principal feria se realiza el 16 de Julio en la misma localidad.

En Pucará se celebraba una antigua fiesta de origen español en la cual el toro se enjaezaba y pintaba y se le colocaba un picante en la nariz. El animal enloquecía por el escozor, y su imagen quedó plasmada en las cerámicas que hasta hoy se ven en el Perú representando al animal poderoso y bien plantado en la tierra, con los ojos desorbitados por la locura, apuntados al cielo.



Los "toritos de Pucará" nacieron en las manos de ceramistas de las comunidades de Chepa Pupuja, Mataro, Iquilo, pero su uso se ha extendido con el paso del tiempo y hoy, se los encuentra no sólo en los pueblos del sur andino (Cuzco Puno, Ayacucho y Apurímac), sino también en algunos barrios populares de la gran Lima.



La actual comunidad de Cheqa Pupuja esta ubicada en el distrito de José Domingo Choquehuanca, provincia de Azángaro, departamento de Puno. El origen de estos antiguos alfareros data de la época precolombina por cuya ocupación especializada fueron tomados para fabricar toda la cerámica utilitaria de los conquistadores asentados en el sur del Perú colonial. Esta tradición alfarero hace que actualmente sigan produciendo una veintena de productos de cerámica utilitaria para uso domestico, ceremonial y juguetería para el consumo de una población mayormente rural en la región. El famoso "torito" apareció en este lugar en la época colonial gracias a una estratégica concepción intelectual de los cultura mágico-religiosa mantenida hoy por los campesinos en las ceremonias de la marcación del ganado, como símbolo de procreación de los rebaños, para la felicidad de los matrimonios, fertilidad de los hogares y el cuidado de las casas.



En palabras de conocedores, el origen de los toros de cerámica tienen su origen en la comunicad de Checa Pupuja que, juntos con otros productos tradicionales, fueron a ocupar los principales mercados de Cusco, Puno y Arequipa.



La adquisición del nombre por el cual ahora son conocidos se debio a que en aquellos tiempos la estación ferroviaria de Pukara se convirtió en el lugar de venta mas cercano a la comunidad de Checa, es decir, lugar ideal para la comercialización de sus productos, fue asi que se adopto la denominación de origen en el caso particular del toro.

Actualmente los artistas de Checa Pupuja no solamente sobreviven para mantener su tradición alfarera, sino vienen trabajando esforzadamente en la revaloración de la técnica y estilos ancestrales.


Quando colocamos Los Toritos sobre nossa casa, decidimos convidar uns amigos para fazer parte deste ato simbólico e comemorar a volta para casa com seção de fotografias e brinde com Pisco Sour.

Não fomos os únicos nem os primeiros a fazer isso.
Nossa querida Justine já havia se aventurado sobre o telhado da casa e enviado as fotos desse momento solene.

DE VOLTA PRA CASA 28, 29 e 30/01

Depois as visita aos Gêiseres, e de um dia maravilhoso em Calama, onde fizemos compras e curtimos a cidade chilena no meio do deserto, partimos na manhã seguinte.
Passamos novamente pelo deserto de Atacama, e pudemos visualizar novamente, bem de perto o vulcão Licancabur, imponente e adormecido, do lado esquerdo da estrada.



As cores quentes, amareladas, avermelhadas do deserto em determinado trecho começaram a se contrastar lindamente com o branco da neve no alto das montanhas distantes. Segundo nossa guia fenômeno raro no mês de janeiro nesssa região. Alguns lugares também apresentavam extensas salinas no plano abaixo das montanhas. Mais para frente, para se somar ao belo colorido, um lago refletiu essa composição impecável da natureza. Nenhuma máquina fotográfica seria capaz de reproduzir tal beleza e perfeição.



Depois de horas de paisagens belíssimas, passamos pela fronteira entre Chile e Argentina, sem problemas desta vez.
Avançando no meio do Deserto Argentino, passamos novamente pelos grandes salares, imensos e brancos, parecendo que havia chovido por aqui desta vez.
Descemos muito e fomos parar em Susques, onde havia chovido muito no dia anterior e segundo soubemos depois, aconteceram tremores de terra, Abalos sísmicos de mais de 4 graus na escala Richter.



O almoço foi no mesmo lugar de quando subimos, antes da minha “crise de soroche”, restaurante e hosteria Pastos Chicos. Desta vez a comida não agradou ao povo: ravióli gigante e Capelete. –Tá pensando que é fácil agradar os gringos? Teve gente que devolveu a comida.
Depois do almoço, descemos, descemos e descemos...



Passamos pelo mesmo caminho de quando entramos na pré-cordilheira argentina, as estradas são muito boas neste trecho e as curvas, penhascos e vista são difíceis de descrever. Ao invés de fotografar, decidi filmar para tentar uma forma melhor de memorizar aquele espetáculo.



Aos poucos, voltam a fazer parte da paisagem os gigantescos cactos. Os “Guardiões do Deserto” como aqui são chamados. Imensos e imponentes diante da aridez.
A paisagem vai se esverdeando aos poucos, começando pelos vales e ao descer, tudo começa a voltar à normalidade, exceto pelas construções de tijolo de barro encontradas por muitos lugares destes três países visitados.

Campesinos cuidando de seus animais, muitos cavalos e, finalmente vacas cabras e ovelhas novamente. –Que bom ver as vacas novamente! Aos poucos as lhamas, alpacas e vicunhas deixam de fazer parte da paisagem.
Ainda não se vê água em abundância como em nossos rios do Rio Grande do Sul, apenas pequenos córregos no meio de largos canais secos que em alguma época do ano devem se encher um pouco mais.
Passamos novamente pelas formações rochosas coloridas nas proximidades do Cerro de los Siete Colores. As montanhas tem um colorido único, que lembram as cores das areias coloridas do Rio Grande do Norte e do Ceará com as quais se faz artesanato.

Ao invés de passar por San Salvador de Jujuy, desta vez fomos nos hospedar em Salta, cidade grande, capital da província, grande produtora de vinho.
Salta tem na entrada um teleférico que desce das montanhas até um parque muito animado e acolhedor cheio de crianças.
Ficamos em um hotel muito bonito, de frente para a praça central, cheia de turistas como a maioria das cidades que visitamos. As praças centrais cercadas de igrejas, restaurantes, locais de encontro de jovens mochileiros parecem ser uma característica comum da colonização espanhola aqui na América.



Ficamos pensando em como seria se Cachoeira do Sul tivesse um local assim, um ponto de encontro onde os jovens pudessem se reunir, sentar no chão, tocar seus violões e cantar sentindo-se cidadãos do mundo como acontece por aqui.
O movimento à tardinha é muito grande pelas calçadas, os motoristas são muito educados e param para os pedestres passarem.



Jantamos em uma pizzaria e fomos ao Supermercado comprar lanchinho para a próxima jornada.
Na manhã seguinte, fotografamos a igreja de São Francisco e entramos para rezar e refletir sobre toda essa aventura.



Sentamos na praça para absorver um pouco da vibração do local, trocamos Pesos Argentinos e dólares por “Reales”, tentamos almoçar antes de sair para a viagem de volta por 1900 quilômetros até Porto Alegre.
Saímos meio dia de salta, rodamos muito, paramos em um posto de tarde, bebemos cerveja e água mineral, pois o calor lá fora era de 41 graus.
Jantamos em um bufê legal na Província del Chaco que é uma região inóspita, muito quente e plana onde a vegetação é toda igual e parece espinhenta. Parece um cerrado, mais fechado e raquítico.
Passamos a noite viajando até chegar à fronteira Argentina/Brasil quando estava amanhecendo. Café da manhã em São Borja, almoço em Soledade com direito a feijão preto e carne bovina. –Que saudade do Rio Grande!
Em Lajeado, no meio da tarde, nos separamos dos amigos de Bento Gonçalves, Caxias, Flores da Cunha e outros. Seguimos em outro ônibus até Porto Alegre, onde chegamos 17h e 45 com muito calor. Corremos para a rodoviária para pegar o próximo ônibus para Cachoeira. A pressa impediu uma despedida mais calorosa. Talvez tenha sido melhor assim...
Tivemos nossa única baixa ao perder uma das mochilas com roupas importantes da Neila, alguns vidros de azeitona chilena, doce de leite argengtino e mais alguma coisa. Foi entre o estacionamento do Haudi Park e a Rodoviária. No ônibus mesmo, mandei e-mails para nossa querida guia Fabiane que havia se separado do grupo em Lajeado, para a Mario Tour e para a Galápagos solicitando ajuda para recuperar a bagagem.
No caminho ligamos para nossas mães para dar notícias e matamos a saudade da paisagem dos pampas ao entardecer.

...nos verdes pampas
do meu Rio Grande,
tudo é beleza,
não se sabe o que é tristeza,
vive alegre o coração...

Minha mãe ligou novamente para convidar-nos para comer algo em sua casa quando chegássemos. Foi uma Boa idéia.
A casa estava em ordem e havia um bilhete em cima da mesa escrito “Bienvenidos” deixado pelo meu cunhado João com umas flores. Na nossa casa, algumas teias de aranha, poeira e nada demais.

Termina a viagem, mas continua a busca eterna pelo conhecimento e por satisfazer a sede que o ser humano tem pelo desconhecido e pelo mistério.



Permanecerá sempre dentro dos nossos corações um grande carinho pelo grupo que nos acompanhou e em especial pela Fabiane: mais do que guia, mestra e guardiã em nossa vivência pelas terras altas do majestoso Império Inca.



Obs.:
Chegamos no sábado e na terça-feira já recebemos de volta nossa mochila enviada pela Galápagos pelo ônibus da UNESUL que faz a linha Porto Alegre - Cachoeira do Sul.

O DIA DOS GÊISERES - 27/01

Durante a viagem levantamos sempre muito cedo, mas no dia de visitar os gêiseres, foi ainda mais cedo. Nos chamaram às 3 horas e 30 minutos para sair sem tomar café, direto para a estrada. Uma agência de turismo local nos levou ao Complejo Turistico Taito Mallku que é um parque geotérmico.
Fomos em um microônibus e uma van e o guia se chamava Victor, um peruano de Arequipa que morou seis anos em Santa Catarina. Muito maluco, mas competente e dominava muito o assunto.
Levamos mais de duas horas até chegar lá e tivemos até pneu furado pelo caminho. Muitas pedras na estrada e subindo até mais de 4000 metros de altitude.



Assim que chegamos à entrada do parque para ir ao banheiro antes de entrar, já se podia enxergar de longe as fumacinhas brancas dos diversos gêiseres.
Chegamos perto e ficamos impressionados com a beleza. Vários tipos de gêiser, cores muito vibrantes no solo perto de alguns, vapor levantando bem alto e molhando o povo que olhava impressionado.



Estava muito frio, acho que a temperatura estava perto de 8 graus negativos e os guias contaram que da última vez fazia 15 graus negativos. Todos entrouxados, mas encantados com aqueles exóticos fenômenos.
Depois de visitarmos alguns e recebermos as explicações sobre os diferentes tipos, fomos para o café da manhã.



Cada grupo tinha uma mesa posta com sanduiches, sucos, café, leite, bolinhos, e até ovos cozidos no calor dos gêiseres.
Depois do café seguimos para as piscinas naturais de água vulcânica com temperaturas de 25 a 40 graus e onde muitos tomaram banho.



Apesar de termos ido preparados para o tal banho, não tivemos coragem de enfrentar o frio. Pensávamos na hora de sair da água e além disso, era meio complicado trocar de roupa no relento. O sol começava a sair, e o frio já diminuía, mas mesmo assim não deu.



Tiramos mais fotos perto dos banhistas e depois retornamos ao microônibus.
Voltamos recebendo mais explicações do Victor, agora sobre a fauna local. Conseguimos fotografar vicunhas e um roedor que lembra uma espécie de coelho que vive por lá nas pedras. Tivemos mais um pneu furado e demoramos muito pra chegar de volta ao hotel.



Almoçamos no centro, perto do hotel e depois fomos dormir um pouco pra recuperar as energias.
A tardinha fomos a pé ao shopping onde compramos azeitonas, aspargos, palmito, champignon, azeite de oliva e depois fomos fazer um lanche. Não compramos vinhos chilenos que estavam com ótimo preço, pensando no peso que teríamos que carregar.
Encerramos assim, mais um dia de aventura, preparando as malas para a próxima jornada de volta a Argentina.

Mario Vidal, Chile, Calama, 27 de janeiro de 2010

DE VOLTA AO CHILE - 24, 25 e 26/01

Deixamos Cusco cedinho, e partimos em direção de Arequipa no sul do Peru, segunda maior cidade do país. Levamos no ônibus um amigo chamado Juan, músico, psicólogo, educador e guia de turismo.



Ele nos contou um pouco de sua história de vida e tocou charango e flauta ao mesmo tempo. Muito legal!



Neilinha experimentando uma flauta feita de osso de lhama que foi o primeiro instrumento musical que o Juan ganhou de seu avô.
Neve pelo caminho novamente, temperaturas de dois graus negativos. As casinhas cobertas de branco.



Tínhamos planejado um piquenique pelo caminho, mas o frio e o vento fizeram com que o lanche fosse no ônibus. Foi legal mesmo assim.



Paramos em um lago imenso e lindo para tentar o piquenique, mas não deu. Até os Peruanos que tentavam vender seu artesanato desistiram de ficar ali.



A neve se intensificou e só foi parar quando começamos a descer os Andes.
Arequipa é uma cidade muito diferente, a periferia é muito pobre e sem cor, todas as casas parecem ser feitas de barro, tudo marrom da mesma cor do deserto peruano nessa região. Utiliza-se muita pedra vulcânica nas construções deste lugar.



Chegamos no hotel e logo saímos para conhecer um pouco desta cidade enigmática, fomos a praça de armas que é considerada a mais bonita do Peru. Realmente lindíssima, mas para mim Cusco imbatível. Conhecemos a igreja, assistimos ao arriamento da bandeira que é levado muito a sério por aqui, fizemos um lanche e fomos para o hotel.



O hotel era simples, mas muito convidativo e aconchegante, La Casa de mi Abuela. O café da manhã foi ao ar livre com direito a presença de passarinhos e o restaurante onde jantamos ficava dentro de uma antiga igrejinha que faz parte da propriedade.



Saímos de Arequipa e fomos em direção à fronteira entre Peru e Chile. Sabíamos que não seria fácil atravessá-la, pois muitos colegas de grupo haviam comprado artefatos de madeira proibidos na aduana chilena e uma das passageiras estava sem os documentos, pois havia sido roubada em Cusco.



Passamos depois de alguma espera pelas duas fronteiras e chegamos em Arica em tempo de ver novamente o por do sol no Oceano Pacífico, desta vez de dentro do ônibus.
Jantamos em um barzinho no calçadão de Arica, bebemos Ariquenha, a cerveja local e fomos muito bem atendidos por um garçom que pedia que ensinássemos Português a ele.



Na mesma noite saímos em direção a Calama, passamos a noite no ônibus e chegamos lá de manhã cedo, ficamos no hotel descansando um pouco, o mesmo hotel em que pernoitamos na ida e depois saímos em direção de San Pedro de Atacama, onde almoçarímos para depois seguir para o Vale de La Luna.



San Pedro de Atacama, é uma pequena cidade no meio do deserto do Atacama que lembra o velho oeste, porém cheia de mochileiros e turistas estrangeiros que chegam lá atraídos pela aventura no deserto mais seco do planeta, o céu mais limpo para observações astronômicas, e pelas belezas naturais e únicas do local. Mesmo sendo isolada e pacata, San Pedro de Atacama tem restaurantes com alto nível, a comida é muito gostosa e cara.



No Valle de La Luna, fizemos várias paradas, uma delas para entrar com todo grupo em um túnel natural entre as pedras do deserto. Foi radical! Todos conseguiram atravessar com segurança, a cooperação e solidariedade entre os componentes do grupo foi o ponto forte desta aventura.



Fizemos muitas fotos, pois a natureza naquele local é totalmente diferente de qualquer lugar que já tenha visto. –Parece outro planeta! Voltamos a Calama para jantar e no outro dia continuar a aventura pelo deserto.



Mario Vidal, Chile, Calama, 26 de janeiro de 2010

CUSCO DEPOIS DE MACHU PICCHU - 22 e 23/01

Depois que voltamos de Machu Picchu, exaustos, o tempo começou a andar lentamente em Cusco. A chuva chegou para ficar e antes da época. Normalmente a temporada de visitas a Machu Picchu se encerra em final de janeiro, a trilha inca para. No outro dia saímos cedo para visitar mais sítios arqueológicos com Bernabé, antes fomos em um mini zoológico onde pudemos conhecer de perto o puma e o condor, animais sagrados para os Incas.





Logo em seguida, fomos conhecer uma criação de camelídeos andinos que são a lhama, a alpaca, a vicunha e o guanaco. Batemos muitas fotos e aprendemos a diferenciar os bichos um do outro.





Seguindo caminho passamos por vários deslizamentos que interromperam alguns trechos da estrada. O tempo já estava começando a atrapalhar os turistas em toda redondeza de Cusco.



Seguimos um trecho a pé onde o ônibus não conseguiu ultrapassar as barreiras até as ruínas de Pisaq a 32 km de Cusco.



Para o almoço descemos até o povoado onde acontece a Feira de Pisac, grande feira de artesanato onde compramos muitos presentes para todos os amigos, pois fomos orientados pelos guias de que este seria o lugar mais barato para fazer compras.



Artigos de lã de alpaca, cerâmica e pedra. Não podíamos comprar madeira, sementes ou fibras naturais, pois não conseguiríamos entrar no Chile na volta com estes artigos. Depois das compras comemos empanadas feitas em uma fábrica “pra lá de rústica” do tipo insalubre mesmo, mas muito gostosas. Saimos de Pisaq e fomos a Olantaytambo a 78 km de Cusco, Imagem viva do planejamento urbano Inca com casas, terraços, templos, dutos de água e muralhas. Um complexo militar, religioso, agrícola e administrativo da época do Império Inca. Foi difícil subir até o alto onde ficava o templo, passamos por vários terraços e o movimento de turistas era novamente muito grande.O vento lá em cima estava muito forte.





Saimos das ruínas e seguimos para o ônibus em meio ao povoado que não parece ter avançado muito aos tempos modernos.



Seguimos então para Chinchero para encerrar nosso dia de passeios. Exaustos, não tínhamos muita vontade de subir mais ladeiras ou escadarias incas, alguns ficaram no ônibus e perderam de conhecer uma igreja incrível, extremamente rústica, mas imponente por suas imagens, pinturas e aparente fragilidade. Não parece possível que este templo construído sobre bases da arquitetura Inca resiste ao tempo, considerando o material usado na construção.



À noite participamos de um jantar com todo grupo em um restaurante chamado Don Antonio, onde experimentamos comidas típicas, grande variedade de saladas e doces e assistimos apresentações artísticas com grupos tradicionais de dança e música.



Provamos quy (porquinho da índia), alpaca e outros pratos exóticos. Dançamos um pouco e acabamos contagiando os franceses que estavam nas mesas próximas. Virou uma grande festa para todos.



No dia seguinte participamos de uma experiência de meditação com Xamã amigo de nossa guia que coordena um centro de xamanismo muito interessante em Cusco. Participamos da meditação e depois alguns compraram livros e mandalas.
Esta foi sem dúvida, uma experiência inesquecível. O efeito do som dos instrumentos, o ambiente fantástico e misterioso, a voz do Xamã e de sua esposa durante os cânticos, ficarão gravados para sempre em nossa mente.



Fomos depois conhecer o mercado público, local indescritível, com muitas frutas, artesanato, produtos típicos e muita comida feita na hora. Ninguém se arriscou a comer nada por ali. Fomos comprar camisetas nas lojas populares perto do Mercado Público, onde os preços eram bem convidativos. O movimento é alucinante.



Voltamos para a maravilhosa Praça de Armas onde almoçamos lanchinho da Bembo de novo e seguimos para o hotel. A Noite comemos em um outro restaurante que tem vista para a praça. Nosso jantar de despedida de Cusco, na saída trocamos os últimos Soles por Dólares, compramos lahche para a viagem e encerramos assim nossa maravilhosa estada nesta cidade cosmopolita cheia de vida.



Mario Vidal, Cusco, Peru, 23 de janeiro de 2010.