DUAS GRANDES VIAGENS

Na verdade este blog não é o relato de uma viagem ao Peru, mas de duas jornadas inesqueciveis a este país mágico e misterioso.
Em 2010, pacote de viagem de ônibus saindo do RS, passando pelo norte da Argentina, norte do Chile e sul do Peru até Cusco.
Em 2011, mochila nas costas, ônibus até a fronteira em Corumbá no Mato Grosso do Sul, Bolívia de trem e ônibus até La Paz e depois mais ônibus até Cusco no Peru.
Nas duas vezes fomos a Machu Picchu de trem como destino final.




NAVEGAÇÃO NO BLOG

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26 de Janeiro - Quarta-feira

Depois de parar em varias cidades de Santa Catarina e entrar no Paraná, durante a madrugada, acordando de vez em quando com o nome da cidade falado pelo motorista lá na frente, chegamos a Cascavel, terra do Vinícius, para trocar de ônibus e café da manhã. A rodoviária é bem grande e a cidade também. Banheiros pagos, semi-banho, café gostoso e alguma espera.
Consegui ligar a cobrar para minha mãe.
O dia estava ensolarado no Paraná contrariando a previsão de chuva dos noticiários. A paisagem é de grandes fazendas de soja. Parece ser uma região muito próspera.
Seguimos viagem e só paramos novamente em Toledo, onde a soja continua impecavelmente verde.
Por sinal, desde que deixamos Cachoeira do Sul, só vimos belas plantações muito verdes sem nada de estiagem ou excesso de chuva, ao contrário do que dizem os jornais.
Depois de Toledo, paramos em Marechal Deodoro.
Como estamos partindo em uma rota clássica de mochileiros, achamos estranho o fato de não ter avistado nenhum pelo caminho. Só em Porto Alegre passamos por alguns que tomaram outros rumos. Nossos companheiros de ônibus são bem “família” e não levam jeito de que estejam indo a Machu Picchu. Decepção!
Passamos por Guaira, divisa do Paraná com o Mato Grosso do Sul, cidade cheia de estatuas de bichos do pantanal e uma ponte enorme bem na fronteira dos estados. 13h e 50min e nada de parar para o almoço.

Ponte na divisa dos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul
Almoçamos em uma cidade bem bagunçada e com aparência suja. Já começo a sentir falta de uma comidinha caseira com um arrozinho branco. Decidimos comer “coizinhas” como rizoles, bolão de carne e espetinho de frango com Coca-cola. Lugar muito quente e com um certo clima “Globo Rural”.
A paisagem começa a mudar e a soja começa a dar lugar para o milho, mandioca, jaqueiras e mangueiras.
Como seria o Pantanal? Acho que ainda não passamos por nada parecido.
O Brasil continua, até aqui, muito verde!
Naviraí – não tinha ouvido falar, mas parece ser uma terra invadida por gaúchos. Fazendeiros com sede de plantio extensivo e conseqüente devastação das matas nativas. O tempo continua bom, com céu azul e nuvens de algodão. Muitos caminhões cruzam a estrada quase reta e em boas condições.
Devastação verde e típica dos pampas gaúchos e com direito a plantações de eucalipto também. ...e o pantanal? ...onde fica?
Pelo menos, ganhamos uma hora devido ao fuso horário ou ausência do horário brasileiro de verão. Tanto faz...
Jaguatirica, tuiuiú, surucucu? ... Nada? Só VACA, os bichos das nuvens e cupim. Muito cupim na terra.
Nas cidades tudo tem nome pantaneiro: Borracharia Pantanal, Lancheria Pantanal, Mercado Tuiuiú, etc.
A soja volta a tomar conta da paisagem, agora também algumas lavouras de cana-de-açucar.
Chegamos em Dourados e já estamos com a “bunda quadrada”. O tempo fechou e o ônibus lotou em Dourados, uma cidade movimentada e grande. Será que falta muito? Já são mais de 20 horas de viagem.
Engraçado é que a camisa que a Neila decidiu usar na viagem é igualzinha ao uniforme dos motoristas, funcionários e fiscais da EUCATUR. –Igualzinha!

Ao chegar em Campo Grande, e sua bonita e moderna rodoviária, retiramos nossa passagem comprada pela internet pela empresa ANDORINHA que nos levaria a Corumbá, já na divisa com a Bolívia.
Aproveitamos o tempo livre para verificar os horários de volta a POA pela EUCATUR e pela UNESUL.
Quem já tomou banho em rodoviárias ou em paradouros de estrada, sabe que se trata de uma grande aventura: - Tá pensando que é moleza? Compra-se uma ficha tipo as antigas de telefone, vai até o banheiro, pendura tudo que tiver nos ganchos do Box (se houver ganchos), coloca a ficha e o chuveiro começa a funcionar durnate 8 minutos e quando faltar um miunto para o tempo acabar vai tocar um bip.
A rodoviária de Campo Grande é bem legal, arejada e segura. Fizemos um lanche básico, ligamos para casa para dar notícias, estudamos nosso roteiro e fizemos cálculos dos nossos gastos.
-Só faltam 4 ou 5 ônibus e 1 trem até Cusco!
Já passaram mais ou menos 28 horas de ônibus em nossa viagem. Fora o tempo de espera nas rodoviárias.
3º ônibus – 23h59min – Campo Grande – Corumbá
Empresa ANDORINHA. Caminho muito escuro e, no caminho só mato. Talvez seja o tal Pantanal.

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