La Paz fica num grande buraco em meio as montanhas a 3900 metros do nível do mar e há uns 950km de Santa Cruz.
A periferia de La Paz é formada por milhões de casas e pequenos prédios aparentemente sem reboco que sobem pelas encostas das montanhas. E no grande buraco que parece uma gigantesca carie dental bem no meio das montanhas fica o agitadíssimo centro.
Chegamos lá pelas 6h, cansados, meio enjoados já com muita dor de cabeça. A subida em si, até que foi fácil desta vez.
Optamos por ir ao banheiro e tomar café no “Terminal de Buses de La Paz” antes de procurar hotel.
Pegamos um taxi. La Paz acorda cedo, movimento e transito louco com cholas, taxis e vans para todos os lados. Pedi ao motorista que nos levasse a esquina da Sagarnaga com a Illampu onde, já sabíamos, ficam a maioria dos turistas em vários hotéis ou hostals espalhados na redondeza.
O taxi nos deixou na “lomba à pique” da Sagarnaga e, muito cansados, de dois hostals, escolhemos o mais feio esperando que fosse também mais barato. Era o Alem Hostal.
Optamos, com total espírito mochileiro, por “habitacion matrimonial” com “baño compartido”.
O local parece deserto. Ao que parece, somos os únicos hospedes do andar. O que tornou nosso “baño compartido” em “baño privativo” só que ao lado do quarto. O valor? 80 bolivianos para nós dois. Isto equivale a 11,5 Dólares ou uns 20 Reais por uma cama de casal, roupeiro, mesinha, toalhas, tomadas 220 iguais às nossas e o melhor de tudo, “agua caliente” 24h. Tudo muito simples. (embora no banheiro masculino a ducha fosse só um cano)
Duchas, cama, troca de roupa e estávamos prontos para explorar La Paz.
Mais tarde, descemos a Sagarnaga e já fomos vizualizando o “Mercado de las brujas” abundante em artesanato local típico, companhias turísticas, lancherias e restaurantes.
Lá em baixo, chegamos ao nosso segundo objetivo em La Paz: conhecer a Igreja de São Francisco.
Quando, há um ano atrás, conheci a Catedral de Cusco achei que não veria nada parecido em minha vida, mas a Igreja de São Francisco é quase tão grandiosa quanto esta. Menor, mas estonteante em beleza e comoção.
Tivemos alguns minutos apenas, pois a missa estava acabando e depois a igreja iria fechar.
Ao lado, um museu fantástico com obras sacras, imagens de santos, adega dos franciscanos e muita história. Foi nesse museu que tive o prazer de conhecer a imagem tocante, impactante e ao mesmo tempo cativante de Nossa Senhora de Copacabana que me conquistou de vez.
Pelo museu, tivemos acesso a Igreja novamente através de um mezanino e fomos ao campanário, subindo através de estreitos e sufocantes corredores e escadarias (espécies de túneis com escadaria) até chegar em cima da igreja, tendo uma vista impressionante de La Paz.
Almoçamos ali perto. Restaurante legal “pra turista ver”, decoração típica, saladas, entradas e como prato principal Pollo nº 1.
Mordi uma pimenta por acidente no meio da salada, pensando que era vagem e tive que pedir mais Coca-Cola. – Que sufoco!
Voltamos ao nosso quarto e capotamos abafados no Alem...
Mais tarde saímos para explorar com mais carinho as lojas de artesanato das redondezas e percebemos que estávamos numa “Torre de Babel” onde cada um fala uma língua diferente. E não estou me referindo somente aos turistas, pois a Bolívia fala espanhol, Quéchua, Aimará e Guarani. Para completar, as cholas das lojinhas falam meio cantado: - Compra Senhora! – Compra!
Passamos em uma companhia de turismo e compramos o pacote para Tihuanaku no dia seguinte. Se não me engano 60 bolivianos para guia e transporte e 80 para ingressos por pessoas. Achei barato!
Comemos um Crema de alguma coisa para não pesar no estomago e piorar o soroche.
Voltamos para o quarto 25 do hostal e tentamos dormir apesar da dor de cabeça, falta de ar, colchão com buraco no meio e cobertas muito pesadas.
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