Depois da noite mal dormida, fechamos a conta no Alem Hostal e seguimos de taxi sem café da manhã para o Terminal de Buses e pegamos o ônibus da empresa boliviana Nuevo Continente para Cusco com esperança de chegar lá a tardinha, tipo 19h e 30min, mas assustado por não ter reservas para hospedagem.
A viagem vai bem, belo visual do Titicaca até a fronteira. Desaguadero (Bolívia-Peru).
Passamos por revista seletiva, 2 horas de fila e trâmites aduaneiros, fotocópias e carimbo, e depois de sair da Bolívia, tudo de novo para entrar no Peru.
Como diziam “los hermanos argentinos” do mesmo ônibus: Subdesarrollo! Eram dois casais de argentinos de meia idade muito simpáticos e animados que nos fizeram companhia até a cidade de Puno no Peru.
As empresas de ônibus bolivianas não param nunca, não tem “Pit Stop” para baño ou lanchinho, nem troca de motorista. Buzinam muito e mandam ver...
Na parte final da viagem, no trecho de Puno até Cusco que é uma região muito linda, já não agüentávamos mais. Parece que o tempo estava parado. Acho que o conbustivel do "bus Nuevo Continente" estava no fim, pois o motorista só acelerava nas subidas ou quando o carro já ia perdendo o embalo nas retas.
Por final, Cusco. Por ser uma cidade antiga e de ruas estreitas, a rodoviária fica bem inacessível, tanto para quem chega de fora, como para quem vem do centro.
Entraram uns caras meio estranhos no bus oferecendo hospedagem com mapas da cidade e fotos de hotéis com várias opções de preço e localização. No início, até que pensei em aceitar...
Quando descemos do bus, fui me lembrando do aperto que passamos em Quijarro com o taxista Pablo e comecei a desconfiar daqueles sujeitos. Um taxi branco esperava atrás do bus... Acabei dizdndo para um deles que tinha mudado de idéia e ia seguir a indicação de um amigo...
- Ufa! Entramos na rodoviária, ainda sem saber o que fazer. O ônibus chegou muito tarde, já eram mais de 9 horas.
Eu sabia que estas abordagens aos turistas eram costumeiras nas rodoviárias e saídas de aeroportos nas cidades turísticas do Peru, mas dentro do ônibus...
Uma senhora chamada Vilma logo se aproximou, bem mais confiável, divulgando seu hostal, o Albany Inn na Rua Matara a três quadras da Plaza de Armas. Baño privativo, água caliente, telefono, TV. Cable, cafeteria, Caja de seguridad. Tá bom! Em alguns segundos largamos a vida de mochileiros chulé e fomos conquistados pela tentação do conforto, afinal eram apenas 70 soles para nós dois (25 dólares ou uns 45 Reais) – Bom demais!
Confiamos na Vilma e embarcamos com ela no taxi que logo foi tomando a direção da Plaza de Armas para nosso alívio. – Estamos em casa!
No caminho, Vilma falava ao celular em Quechua, mas isso não nos assustou ou incomodou nenhum pouco. –Estávamos confiantes!
O Albany Inn, realmente era tudo que a Vilma falou e tem mais, ela e o marido tinham também uma companhia de turismo e logo nos ofereceu alguns pacotes.
No Peru é melhor deixar para comprar os pacotes lá mesmo. Comprar no Brasil por antecipação é pagar o dobro pelo mesmo serviço.
Na verdade, nem sabíamos se conseguiríamos chegar até Cusco, muito menos pensar em pacotes turísticos.
Compramos “Vale Sagrado de los Incas” incluindo Chinchero, Pisac, Ollantaytambo e almoço para o dia seguinte saindo às 8 horas do hotel – Valor: 75 Nuevos Soles por pessoa, mais o passaporte turístico parcial por 70.
Compramos também “Machu Picchu” incluindo boleto do trem Ollanta-Aguas Calientes, diária em hostal em Aguas Calientes, ônibus até Machu Picchu, ingressos para Machu Picchu, tudo pro 230 Dólares por pessoa.
Total dos dois pacotes: 510 Dólares mais o passaporte turístico para o vale Sagrado (140 Soles para os dois).
Pelo que tinha pesquisado em casa, seriam necessários 500 dólares somente para Machu Picchu sem hospedagem e sem o Vale Sagrado. Acho que valeu o investimento. Tínhamos reservado os 500 Dólares para o caso de chegarmos tão longe.
Inacreditável! Íamos subir novamente a velha montanha. Sonho realizado!
Pagamos adiantado em dólar e ficamos com o recibo detalhado dos serviços da operadora Rin Tours (Rin vem do nome do marido da Vilma), e hospedados confortavelmente no centro de Cusco.
Esta foi uma repentina metamorfose de mochileiro quarentão para turista empolgado...
Saímos para comer algo, depois da negociação com a Vilma e o chá de coca que ela ofereceu. Eram quase meia noite (não havia acertado o relógio para o fuso horário peruano que é de 3 horas a mais que no RS e 1 hora a mais do que na Bolívia). A cidade estava bem movimentada, já era tarde para um pedido em um restaurante tradicional da Plaza de Armas, então fomos ao Bembos e pedimos hambúrgueres, fritas e refrigerantes.
Voltamos ao hotel e dormimos muito melhor do que em La Paz.
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