Na madrugada, paramos em Miranda e em mais um outro lugarzinho para nós desconhecido. Chegamos 6h e 20min em Corumbá, corremos para o banheiro e fomos logo ao taxi que nos cobrou R$35,00 até a fronteira. O taxista nos largou na Bolívia e nos mostrou onde ficavam os taxis do lado boliviano. Pegamos o taxi do Pablo em Puerto Suarez, carro grande, bem mais velho e mais sujo por dentro. Fomos até a única casa de câmbio aberta neste horário e trocamos Reales por Bolivianos a 1x3,8, ou seja troquei R$1300,00 por B$4940,00 e dei metade para Neila guardar. Depois fomos para a estação do “Trem da Morte” para esperar abrir “El Boletero” e comprar a passagem para as 16horas no “Super Pulman”, recomendado para turistas.
Então veio a primeira grande mancada dos mochileiros de primeira viagem:
Pablo falou para irmos para a fila do “boletero” as 6h e 30min mais ou menos, sabendo que abriria 7h e 30min. A Neila ia ficar no carro para cuidar das mochilas, mas acabamos vacilando e saímos os dois do carro. Ele trancou as portas, mas esqueceu a chave na ignição e falou que iria em casa buscar a chave sobressalente. Saiu e nos deixou com as mochilas trancadas no carro e nós dois do lado de fora. ...será que ele volta?
Por sorte deu tudo certo. Depois de uma meia hora de sufoco, Pablo não só voltou como me emprestou uma moeda de 5 bolivianos para facilitar o troco da passagem do trem.
Mas por alguns momentos, ficamos apavorados e sem saber o que fazer.
Três horas depois e duas filas imensas conseguimos as passagens e os documentos das duas aduanas. Fomos, então, ao Shopping China onde não tem quase nada, tá quebrado e nem internet e telefones tinha. Comemos empanadas gostosas e apimentadas até no preço. Voltamos para a estação que ficava há uns 200 metros e almocei de verdade num restaurantezinho na beira da rua onde comi bife, ovo, arroz, feijão e massa com muita poeira da rua em frente. Neila não comeu nada.
O trem da morte é um capítulo a parte dessa história. Esperamos até 16h para entrar no vagão que seria a melhor opção para os turistas e pagamos bem mais caro por isso.
Duvidei, no momento, que algo pudesse ser pior que aquilo: barulhento e fedido, a nata da sociedade boliviana abordo. Tem TV, mas não tem som que chegue a tempo de superar o barulho, mosquitos e chulé.
Lado bom: Os filhos de Francisco em espanhol e na hora das músicas coro da criançada em português. Emocionante!
O ar condicionado também não era ruim, permitia que as janelas ficassem fechadas impedindo a entrada de mais mosquitos ainda.
Para o jantar passava um cara gritando algo parecido com “Amarillo – Pollo” repetidamente, até que minha curiosidade me fez comprar um Pollo que era um pratinho de arroz com frango e papas fritas. –Até que era bem gostosinho. A Neila não tentou nem provar.
Preocupações até aqui: Mario = Salmonela, Neila=inanição.
A noite de sono no trem foi reparadora, estávamos muito cansados e nem ouvimos os barulhos constantes do ferro batendo na frente do nosso vagão.
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