É chegado o grande dia de subir a montanha sagrada dos Incas. Levantamos muito cedo, pois a jornada seria muito longa.
Café da manhã antes das seis horas. Todos muito animados e prontos para enfrentar duas horas de ônibus pelos lindos vales saindo de Cusco.
Uma hora e meia de trem, e outro ônibus pequeno por quarenta minutos até a montanha.
Na estação do trem, comemos choclo que é um milho gigante, muito gostoso. –No meu tinha um bicho... -Tudo bém! Quem tá na chuva é pra se molhar mesmo!
Chegamos com chuva, mas nada era capaz de desanimar o grupo. Descemos do ônibus, cada um com sua mochila de lanche para o dia inteiro. Maquinas fotográficas, pilhas e muita água.
Entregamos os ingressos e fomos entrando sem poder enxergar o que estava por vir no caminho. Começamos a subir por uma trilha onde muitos cansaram e tiveram que diminuir a velocidade. Esqueci que tina joelho, perna ou pé. Só queria chegar lá em cima e ver...
Em meio à trilha no mato, finalmente uma clareira onde pudemos ver. Todos pararam e ficaram deslumbrados, outros encantados ou hipnotizados. Muitas fotos, muita alegria, a chuva ainda nos acompanhava e... lá vamos nós atrás da bandeirinha do Brasil com o Bernabé.
Subimos mais, para um patamar mais elevado e lá formamos um grande circulo para que o Padre Igino fizesse uma oração com o grupo. Emocionante!
O grupo se dividiu para que sete fossem fazer uma trilha com a Fabi. Saíram para subir outra montanha chamada Waina Picchu ou ao templo do sol. Seguimos e ouvimos por muito tempo as explicações de Bernabé e andamos rápido, muito rápido, pois hvia muito para conhecer. Muitos cansaram bastante das subidas e escadarias.
Até meio-dia, seguimos o guia e ouvimos explicações enquanto o tempo melhorava e a chuva dava lugar a um tempo nublado, mas com ótima visibilidade. As nuvens em Machu Picchu, às vezes encobrem as montanhas e ficamos literalmente “nas nuvens”. Parece um sonho.
Em alguns momentos, olhamos para nossos companheiros e eles parecem estar na beira do penhasco. E estão, mas quando nos aproximamos, também queremos chegar naquele ponto.
Fotografamos muito, descemos até o meio da antiga cidade onde conhecemos alguns templos, as antigas casas, os terraços e as fantásticas janelas.
A torre de babel é aqui. Ouvimos pessoas falando as mais diversas línguas e observamos pessoas dos mais longínquos países. Todos encantados e embriagados com a beleza e com a sensação de que este lugar não é um lugar comum, parece mágico e impossível de existir. Os Incas construíram tudo isto e provavelmente não imaginavam que se tornaria uma das maravilhas do mundo moderno, visitada por milhões de pessoas que buscam aqui um elo com o passado e com a essência do ser humano, a busca espiritual, o fascínio pela história do ser humano e pela sua capacidade criativa.
Incansáveis, visitamos cada canto, cada templo, cada cômodo, cada caminho, cada escada, apreciando todos os ângulos e procurando entender o que deve ter acontecido por ali.
Até os mais céticos tocavam com carinho as paredes de pedra procurando sentir a energia do lugar e receber uma resposta do que pode ter acontecido neste lugar mágico e misterioso, tentando descobrir o que a montanha e as pedras tinham para contar.
Algumas casas foram cobertas com telhado de palha como se supõe que pudessem ser originalmente.
As lhamas vivem soltas e livres por lá e de vez em quando se misturam com as pessoas passando pelos mesmos caminhos e causando uma ótima sensação. Sensação de que este lugar é de verdade.
Algumas fontes pelo caminho continuam brotando água cristalina gelada e pura das montanhas. Ninguém sabe de onde vem.
Nenhuma fotografia fará jus à grandeza de Machu Picchu. Você tem que vir e sentir pessoalmente. Nenhum relato escrito ou livro será fiel a sensação e ao encantamento que este lugar causa em nossa mente. –Venha e escreva sua história. Não deixe de vir.
Mario Vidal, Peru, Cusco, 21 de janeiro de 2010.
Obs. No dia seguinte os turistas que foram visitar Machu Picchu, inclusive os gaúchos que estava no mesmo hotel do nosso grupo, ficaram presos por um deslizamento de terra na linha férrea e não puderam nem chegar a montanha e nem voltar para Cusco. O único caminho é a estrada de ferro, o que fez com que muitos fossem resgatados de helicóptero.
foto enviada pela nossa querida guia da Galápagos Fabiane no dia 24/02
A chuva na região de Cusco e Águas Calientes causou vários danos e lamentamos muito por estas pessoas que além de passarem por um momento difícil, não conseguiram completar sua jornada. Muitos passaram fome, ficaram vários dias presos, dormiram nos vagões do trem, castigados pelo frio e sem saber como voltar para casa. Os helicópteros retiraram primeiro os Norte Americanos e Europeus, deixando por último os latinos, o que causou alguma indignação.
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