Acordamos lá pelas 5 h da manhã bem melhores do que deitamos. Sem dor de cabeça e tontura. Decidimos experimentar a banheira de hidromassagem já que o hotel era tão legal e tinha até sais de banho. Tomamos um longo banho e descemos para o café da manhã. Fomos os primeiros a chegar. Ganhamos até dos padres. Comemos figo da índia que são frutos das tunas, mamão papaia peruano muito gostoso, sucos, pastel, o "pão bíblico", uma geléia muito gostosa de uma frutinha que não lembro o nome. Saímos um pouco para tirar fotos na igreja que era muito linda e rústica. Típica da colonização espanhola. Vimos também os táxis interessantes que são motos adaptadas muito interessantes.
Voltamos para o hotel, passamos as fotos para o computador e mandamos e-mail e fotos para o Orkut. Já estava na hora de sair. Uma surpresa agradável. Para irmos para o lago Titicaca, utilizamos os "taxis cholos" que são bicicletas com cadeirinhas para os passageiros na frente. O trajeto até o lago foi muito divertido. Parece que estávamos participando de uma corrida maluca.
Dividimos o grupo em dois barcos e fomos passear pelo lago navegável mais alto do mundo com 165km de comprimento por 65km de largura e com prfundidade de até 280m. Navegamos aproximadamente 30 minutos até chegar as ilhas flutuantes de Los Uros. Um outro guia no barco nos contava a história do lago, das ilhas e dos povos que ocupavam aquela região, os Incas do lado peruano e os Aimaras do lado boliviano.
O nome Titicaca vem de Titi (lado Peruano) significa puma e Caca (lado boliviano) pedra – Puma de pedra. Subimos na parte superior do barco para apreciar a vista e sentir a brisa. As ilhas parecem um sonho. Não sei o que era mais interessante, se eram os índios com suas roupas coloridas ou as próprias ilhas e casinhas de palha.
As ilhas são feitas de blocos de raízes de junco (totora), com alta flutuabilidade, cobertas de ramos de totora cuidadosamente dispostos para formar o solo artificial da ilha. Quando pisamos nas ilhas a totora afunda um pouco causando uma sensação muito interessante.
As índias nos receberam com muita alegria. Fomos direto para um espaço preparado para uma palestra de um guia local que nos deu uma verdadeira aula sobre as ilhas e os povos daquela região com a ajuda dos índios que mostravam a técnica de construção da ilha e da cultura do povo. Muitas fotos, compramos artesanato (um pequeno barquinho de totora e um pano bordado com a história da criação do povo dasilhas), entramos em suas casas, vimos suas cozinhas, tiramos fotos com as crianças, deixamos presentes para todos e fizemos um passeio em um grande barco de junco remado por um casal de índios.
É seguramente um dos lugares mais impressionantes do planeta. Jamais sonhei ver tal coisa. Quando pensava em vir ao Peru sempre pensava em Cuzco e Machu Pichu, mas o Titicaca nos encantou a todos.
Voltamos de barco para o nosso ônibus onde lagramos as pesadas mochilas e fomos almoçar. Comemos uma sopa de quinua (um cereal peruano que é bastante nutritivo e é utilizado pelos astronautas da NASA em sua alimentação) e legumes. Depois, truta com papa frita e salada. Tudo muito gostoso e por apenas 18 soles. Voltamos pro ônibus e seguimos em direção a Cuzco agora com o nosso guia peruano que realmente nos bombardeia de informações locais.
...Existem no Peru 2000 variedades de batata o que é o dobro de variedades existentes no resto do mundo... ...As pessoas do campo para suportar o frio que é de -15 a -18 graus no inverno, precisam queimar esterco para aquecer a casa e fazer a comida, pois nas montanhas não há lenha...
O guia falou também sobre a década de 80 quando o Peru foi vítima de grupos terroristas ou guerrilheiros como o Tupac Amaro e o Cendero Luminoso...
Seguimos para Cuzco e no caminho passamos por um grupo de grevistas que não criou problemas para o nosso ônibus e deixou passar. Passamos novamente bem perto da Cordilheira dos Andes e pudemos ver de longe a neve de alguns lugares onde mesmo no verão o cume das montanhas ficam nevados.
O Caminho para Cuzco é incrível e passa por um rio que depois vai desembocar no Urubamba que vai se juntar ao Amazonas e deságua no Oceano Atlântico. É um caminho muito belo. A estrada vai margeando o rio por muitos e muitos quilômetros, tendo dos dois lados as montanhas, formando um vale maravilhoso. Em alguns trechos vemos pequenas casas de tijolo de barro que parecem não serem queimados. São muito pequenas e com telhado de palha. Encontramos também muitas plantações de milho e de fava. Algumas vezes vemos camponeses com suas roupas típicas cuidando das plantações de milho ou levando os animais pela estrada. Cena surreal. Outros carregam nas costas sacos coloridos cheios de um tipo de varas que não sei o que é.
O rio vai serpenteando o vale, formando curvas em formatos de “s” e parecendo ter uma correnteza forte quando passa pelas pedras que encontra no caminho. Nenhuma fotografia faria jus a tamanha beleza. A noite foi chegando e chegamos a Cusco antes das nove horas. Trocamos novamente de ônibus e fomos ao hotel San Agustin International que é muito rústico e parece ser simples, mas tem tudo que se precisa para ficar cinco dias nesta cidade tão intrigante.
Saimos para trocar mais Dólares por Nuevos Soles e depois fomos em direção ao centro histórico. Um velho sonho meu: chegar à noite e avistar La Plaza de Armas de Cusco toda iluminada com suas igrejas inigualáveis.
Estava muito frio e a praça estava repleta de turistas de todo o mundo. Muita gente jovem de mochila nas costas. Tivemos que buscar roupas de inverno e a máquina fotográfica no hotel. Batemos algumas fotos e nos embriagamos com o visual incrível.
Jantamos em um lugar chamado Bagdá Café que fica no segundo piso com uma vista maravilhosa para La Plaza de las Armas. Depois fomos comprar água mineral e barras de cereal para levar na mochila para o passeio do dia seguinte.
Este foi um grande dia: Almoçamos de frente para o Lago Titicaca em Puno e Jantamos de frente para La Plaza de Armas em Cuzco.
Não podia ser melhor!
19 de janeiro de 2010, Cuzco, Peru, 23h e 50min.
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