DUAS GRANDES VIAGENS

Na verdade este blog não é o relato de uma viagem ao Peru, mas de duas jornadas inesqueciveis a este país mágico e misterioso.
Em 2010, pacote de viagem de ônibus saindo do RS, passando pelo norte da Argentina, norte do Chile e sul do Peru até Cusco.
Em 2011, mochila nas costas, ônibus até a fronteira em Corumbá no Mato Grosso do Sul, Bolívia de trem e ônibus até La Paz e depois mais ônibus até Cusco no Peru.
Nas duas vezes fomos a Machu Picchu de trem como destino final.




NAVEGAÇÃO NO BLOG

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OS DIAS EM CUSCO - 20/01

No primeiro dia saímos cedo para city tour pelos sítios históricos. Nosso novo guia local se chamava Bernabé. Cara muito legal e com grande convicção e sentimento ao falar sobre a história da sua terra.
Andamos a pé até o nosso novo ônibus que utilizaríamos enquanto estivéssemos em Cusco hospedados no Hotel San Augustin Internacional.



Bernabé levava sempre consigo uma bandeirinha do Brasil para que não tivéssemos dificuldade em localizá-lo.



Logo nos fundos do hotel passamos pela Igreja dos Dominicanos e no lado o sitio arqueológico Qorikancha onde é feita a festa do sol no solstício de inverno. Muralhas Incas bem no meio da cidade e sobre elas a Igreja dos Espanhóis.
No ônibus, ouvimos um pouco de história do Peru e do império Inca, enquanto a chuva começava lá fora. Colocamos nossas capas descartáveis que seriam companheiras inconvenientes, mas necessárias nos dias em Cusco.
Começamos nossas visitas na Estatua do Cristo que observa Cusco de braços abertos em cima de um morro. Fotografamos a vista, mas a chuva não nos permitiu ficar muito tempo.
Seguimos em direção às ruínas de Saqsaywaman, ruína de pedras unidas com grande precisão. Restam apenas 30 a 40% das constuções desse lugar. Os blocos de pedra foram retirados para construir as Igrejas dos conquistadores e suas casas. A finalidade desta construção é discutida pelos historiadores, mas acredita-se ter fins religiosos, parecem ser três templos em forma de ziguezague. Neste local se realiza a festa Inti Raymi sempre dia 24 de julho.



Tiramos fotos de capa de chuva mesmo e na saída comprei duas pequenas estatuetas de pedra negra: o puma e a lhama.
Seguimos viagem e no caminho Bernabé explicou sobre “los toritos” que são pares de touros de cerâmica com uma cruz no meio que os peruanos colocam no telhado de suas casas para atrair prosperidade. Eles devem ficar virados para frente da casa.
Próxima parada Tambomachay que fica a 8 km de Cusco, hospedagem dos incas, conhecido como “Baño de La Ñusta” ou “Banho Inca”. Contém fontes que brotam o ano inteiro.



Alguns chamam de templo das águas. Tiramos muitas fotos e a chuva parou. Começamos a sentir que as visitas aos lugares nos exigiriam muito esforço físico, pois todas tinham subidas e muitos degraus e na altitude de Cusco isto não é moleza.
As fontes de água são muito lindas e não se sabe de que direção vem a água. Nos muros há algumas janelas. Algumas fechadas no fundo como se fossem estantes para colocar alguma coisa. Alguns acreditam que múmias eram colocadas lá durante as festividades Incas.
Depois passamos por Puka Pukara, mas não descemos do ônibus e ouvimos as explicações dali mesmo. Antigo posto de controle de entrada e saída do império Inca, espécie de aduana. Era também quartel e deposito de alimentos.



Andamos mais um pouco e chegamos a um santuário religioso de culto a fertilidade chamado Q’Enqo. Um monólito central, passagens subterrâneas confirmam que foi um lugar de cerimônias importantes. Na parte subterrânea eram feitas as múmias Incas.



Voltamos ao centro de Cusco e visitamos o Convento de Santo Domingo (o mesmo dos dominicanos que passamos antes) onde restam algumas estruturas Incas preservadas no interior dos muros. São várias salas de pedra perfeitamente encaixada, cujas finalidades não se sabe.



No final do corredor maquetes de como se imagina que fosse aquela construção no tempo dos Incas. Também uma exposição de pedras cortadas que dão idéia de como os Incas trabalhavam com a pedra.



Passamos pelo lindo pátio interno do convento e visitamos no outro lado uma exposição de artefatos religiosos católicos lindíssimos, como mesas, confessionários, imagens de santos, roupas, etc. era proibido fotografar nesse ambiente.



Logo ao lado, saindo pela porta interna lateral uma vista para o importante sítio de Qorikancha.
Seguimos a pé para a Catedral de Cusco, construída em 1560: - Meu Deus! Não há palavras que possam descrever com justiça este lugar sagrado repleto de pinturas gigantes feitas pelos espanhóis e por alguns Incas que desenvolveram o talento da pintura. Muitas capelas laterais, cada qual mais bela e rica em adornos de madeira, pinturas gigantes, esculturas, imagens belíssimas com vestimentas perfeitas. Além da imensidão inacreditável da Catedral, a riqueza histórica e artística do local fazem deste templo um dos mais belos do mundo cristão. A proibição da fotografia me convenceu a comprar um DVD com imagens e informações detalhadas.
Uma das grandes atrações na catedral é o Cisto Negro, "Capilla del Señor de los Temblores"


foto www.viajeros.com

Conta-se que os pintores incas eram proibidos de assinar suas obras e costumavam se identificar de outra maneira, colocando um símbolo de sua cultura, ou um auto-retrato inserido na composição.



Na saída, tiramos fotos com crianças vestindo as roupas típicas e com seus animais no colo. Numa das fotos, Neilinha posou ao lado de uma Chola que carregava seu bebê em uma espécie de saco que elas usam atado nas costas. Muito lindo.
Almoçamos rapidamente em uma lancheria destas tipo Mcdonalds chamada Bembos. Rápido e gostoso. Em frente, a praça das armas, repleta de estrangeiros, mochileiros, e turistas de todos os lugares, falando as mais diversas línguas.



Voltamos para encontrar o grupo na frente da catedral para seguirmos para o próximo destino que era uma loja chamada SUMAC ALPACA (TRADITIONAL BABY ALPACA PRODUCTS) que vende artigos de Lã de alpaca e prata e oferecia transporte de graça. Enquanto esperávamos, recebemos a notícia de que alguém do grupo tinha sido roubada no restaurante, ficando sem documentos, cartão de crédito e dinheiro.





Na loja, recebemos informações sobre como era feito o trabalho em prata e pedras, depois sobre as diferentes qualidades de roupas de lã de alpaca. Compramos algumas coisas e fomos fotografar as lhamas que estavam lá fora. O povo comprou muito. As mulheres enlouqueceram olhando roupas e jóias.



Voltamos para o centro e, muito cansados, visitamos o Museu Inca, rico em história de todos os povos que habitaram o peru mesmo antes dos Incas. Artefatos de pedra, cerâmica e até múmias verdadeiras fazem parte do acervo deste belo e grande museu.



Fomos ao mercado comprar um lanchinho para o outro dia quando iríamos a Machu Picchu.
À noite jantamos em um restaurante na Praça de Armas, desta vez no outro lado da praça, com vista para as igrejas. Comemos um imenso prato de macarrão. Depois seguimos para uma lan house, onde mandamos mensagem para os amigos e familiares.



Cusco, Peru, 20 de Janeiro de 2010.

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