Acordamos bem cedo e terminamos de arrumar a mochila para clima frio nos próximos dois dias no Peru. Tomamos café com nossos companheiros João e a Maria. Um simpático casal de Montenegro. O João conhece Cachoeira e é um agricultor muito simpático.
Partimos em direção a fronteira onde passamos por todo processo demorado de aduana. Compleyo Fronterizo Santa Rosa – Tacna, Peru. Arrumamos os relógios para o horário local peruano que é três horas de diferença para o Brasil e duas horas em relação ao Chile. Tivemos que tirar todas as bagagens e passar no raio-X novamente. Enquanto o tempo passava e esperávamos na fila do Banco para trocar dólares por Novos Soles, presenciamos o momento do hasteamento da bandeira peruana, quando tudo parou para ouvir o hino nacional e todos silenciam para assistir. Alguns foram advertidos porque estavam sentados.
Alguns do grupo tiveram Todynho, erva mate e bolachas traquinas recolhidas. Outros tiveram cédulas de dólar recusadas no câmbio.
Passamos a fronteira entrando no Peru, tendo a fronteira da Bolívia bem perto. Recebemos a notícia que talvez tivéssemos que ficar dois dias em Puno, pois havia uma greve no caminho de Cusco e não poderíamos passar.
Em Tacna, passamos por dentro da cidade bem típica peruana, muito movimentada. Vimos uma mesquita chamada Bab Ul Islam.
Passamos por muitas invasões de sem tetos. Atravessamos por dentro do deserto peruano até a cidadezinha onde iríamos almoçar.
Almuerzo em Moquegua, 1410m de altitude (subimos do nível do mar em Arica até aqui na hora do almoço). Primeiro banheiro para todos e depois purezinho de papa (batata) de novo, frango e salada acompanhado de Inca Kola. Segundo a Neila é um Ki-Suco de abacaxi com gosto de bala bem docinho e com gás. Já foi mais vendido aqui no Peru até que a fábrica foi comprada pela Coca.
Na saída de Moquegua procuramos ver algumas Cholas que são moradoras que conservam as tradições e se vestem com longas saias, chapéu e tranças. Sempre muito coloridas.
Na paisagem, casas populares que utilizam capim e graxa entre os tijolos para fixação. Tudo tem a mesma cor de barro. Neste local temos a chamada Rota do Pisco que é uma cachaça feita de uva.
Entre o grupo estamos pensando em provar o tal Pisco, mas a guia já avisou que é uma bomba. Só podemos provar um pouquinho para ninguém “emporcalhar” o ônibus.
Passamos por uma cidade chamada Torata que tem este nome por causa da tradição das touradas.
Sempre subindo em direção a cordilheira dos Andes, passamos pela zona arqueológica de Tamata onde pudemos ver o que sobrou de alguns terraços que de longe lembram escadarias, mas que são nivelamentos dos morros feitos pelos Incas para poder plantar.
Recebemos em um dos controles de passagem a notícia de que estava chovendo granizo nos Andes o que nos deu a esperança de encontrar neve.
Adormeci e subimos até 4000 m de altitude. Acordei com um grito da Fabi: - Neve, neve! Achei que fosse brincadeira. – Era neve mesmo. Foi emocionante. Todos levantaram para olhar melhor e fotografar.
A neve foi ficando cada vez mais forte e foi muito legal. Um dos passageiros lá de trás veio olhar e falou: - Obrigado meu Deus. É Neve!
Passamos pela maior altitude do trecho que é de 5200 m.
Andamos muito tempo tentando fotografar da melhor maneira possível as diferentes formações combinadas com a neve. Chegamos a 1 grau negativo.
Muitos choraram de emoção!
Depois começamos a descer e daí... Soroche de novo. Desta vez quase todos do ônibus. Vimos a guia passar com um saco preto daqueles de lixo para alguém lá na frente. O mal estar foi generalizado.
Neilinha não escapou desta vez. E aqueles que tinham tomado vinho no jantar do hotel na noite anterior se deram mal.
Nós que seguimos todas as orientações da guia ainda assim sofremos um pouco. Parece que estamos num SPA com alimentação contolada e nutricionista. Desse jeito vamos perder alguns quilinhos.
Segui os ensinamentos da minha mãe que quando anda de avião come balinhas de hortelã para não passar mal. –Acho que chupei uma lata de balinhas Florestal sem açúcar.
Até chegarmos em Puno foram 8 horas de ônibus direto desde a hora do almoço. Todos chegaram mal. Assustados e com medo do “Paro” (a greve dos transportes) que costuma barrar a passagem nas estradas e até apedrejar quem tenta passar.
Como a cidade de Puno tem ruas muito estreitas nosso ônibus não nos levou até o hotel. Haviam dois microônibus nos esperando. Tudo sempre cronometrado e muito bem organizado pela Galápagos e pela Fabiane.
O Royal Inn é um hotel quatro estrelas de categoria internacional. O mais lindo que em ficamos até agora. No saguão muito chá de coca e uns aquecedores a gás muito interessantes.
Subimos para largar as mochilas, usar o banheiro e repousar um pouco para então descer para o restaurante. Deitamos um pouco e a cama rodava. Passamos mal durante uma meia hora e depois fomos jantar.
No restaurante, a comida já estava sendo preparada igual para todos. Truta ou frango com purê de batata e saladas coloridas e para entrada creme de milho ou aspargos.
Apesar das terras não parecerem muito férteis por aqui, as verduras, legumes e frutas que encontramos são lindíssimas em comparação com as nossas.
Os pães, segundo a Neila são “bíblicos” não são "massentos", sem excesso de farinha. Saborosos.
Jantamos e passamos mal novamente.
Subimos e caímos no sono.
Pela manhã fomos passear pelo centro de Puno.
Conhecemos a Catedral de Puno e percebemos uma grande quantidade de motos-taxi.
18 de janeiro de 2010, Puno, Peru
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