Depois as visita aos Gêiseres, e de um dia maravilhoso em Calama, onde fizemos compras e curtimos a cidade chilena no meio do deserto, partimos na manhã seguinte.
Passamos novamente pelo deserto de Atacama, e pudemos visualizar novamente, bem de perto o vulcão Licancabur, imponente e adormecido, do lado esquerdo da estrada.
As cores quentes, amareladas, avermelhadas do deserto em determinado trecho começaram a se contrastar lindamente com o branco da neve no alto das montanhas distantes. Segundo nossa guia fenômeno raro no mês de janeiro nesssa região. Alguns lugares também apresentavam extensas salinas no plano abaixo das montanhas. Mais para frente, para se somar ao belo colorido, um lago refletiu essa composição impecável da natureza. Nenhuma máquina fotográfica seria capaz de reproduzir tal beleza e perfeição.
Depois de horas de paisagens belíssimas, passamos pela fronteira entre Chile e Argentina, sem problemas desta vez.
Avançando no meio do Deserto Argentino, passamos novamente pelos grandes salares, imensos e brancos, parecendo que havia chovido por aqui desta vez.
Descemos muito e fomos parar em Susques, onde havia chovido muito no dia anterior e segundo soubemos depois, aconteceram tremores de terra, Abalos sísmicos de mais de 4 graus na escala Richter.
O almoço foi no mesmo lugar de quando subimos, antes da minha “crise de soroche”, restaurante e hosteria Pastos Chicos. Desta vez a comida não agradou ao povo: ravióli gigante e Capelete. –Tá pensando que é fácil agradar os gringos? Teve gente que devolveu a comida.
Depois do almoço, descemos, descemos e descemos...
Passamos pelo mesmo caminho de quando entramos na pré-cordilheira argentina, as estradas são muito boas neste trecho e as curvas, penhascos e vista são difíceis de descrever. Ao invés de fotografar, decidi filmar para tentar uma forma melhor de memorizar aquele espetáculo.
Aos poucos, voltam a fazer parte da paisagem os gigantescos cactos. Os “Guardiões do Deserto” como aqui são chamados. Imensos e imponentes diante da aridez.
A paisagem vai se esverdeando aos poucos, começando pelos vales e ao descer, tudo começa a voltar à normalidade, exceto pelas construções de tijolo de barro encontradas por muitos lugares destes três países visitados.
Campesinos cuidando de seus animais, muitos cavalos e, finalmente vacas cabras e ovelhas novamente. –Que bom ver as vacas novamente! Aos poucos as lhamas, alpacas e vicunhas deixam de fazer parte da paisagem.
Ainda não se vê água em abundância como em nossos rios do Rio Grande do Sul, apenas pequenos córregos no meio de largos canais secos que em alguma época do ano devem se encher um pouco mais.
Passamos novamente pelas formações rochosas coloridas nas proximidades do Cerro de los Siete Colores. As montanhas tem um colorido único, que lembram as cores das areias coloridas do Rio Grande do Norte e do Ceará com as quais se faz artesanato.
Ao invés de passar por San Salvador de Jujuy, desta vez fomos nos hospedar em Salta, cidade grande, capital da província, grande produtora de vinho.
Salta tem na entrada um teleférico que desce das montanhas até um parque muito animado e acolhedor cheio de crianças.
Ficamos em um hotel muito bonito, de frente para a praça central, cheia de turistas como a maioria das cidades que visitamos. As praças centrais cercadas de igrejas, restaurantes, locais de encontro de jovens mochileiros parecem ser uma característica comum da colonização espanhola aqui na América.
Ficamos pensando em como seria se Cachoeira do Sul tivesse um local assim, um ponto de encontro onde os jovens pudessem se reunir, sentar no chão, tocar seus violões e cantar sentindo-se cidadãos do mundo como acontece por aqui.
O movimento à tardinha é muito grande pelas calçadas, os motoristas são muito educados e param para os pedestres passarem.
Jantamos em uma pizzaria e fomos ao Supermercado comprar lanchinho para a próxima jornada.
Na manhã seguinte, fotografamos a igreja de São Francisco e entramos para rezar e refletir sobre toda essa aventura.
Sentamos na praça para absorver um pouco da vibração do local, trocamos Pesos Argentinos e dólares por “Reales”, tentamos almoçar antes de sair para a viagem de volta por 1900 quilômetros até Porto Alegre.
Saímos meio dia de salta, rodamos muito, paramos em um posto de tarde, bebemos cerveja e água mineral, pois o calor lá fora era de 41 graus.
Jantamos em um bufê legal na Província del Chaco que é uma região inóspita, muito quente e plana onde a vegetação é toda igual e parece espinhenta. Parece um cerrado, mais fechado e raquítico.
Passamos a noite viajando até chegar à fronteira Argentina/Brasil quando estava amanhecendo. Café da manhã em São Borja, almoço em Soledade com direito a feijão preto e carne bovina. –Que saudade do Rio Grande!
Em Lajeado, no meio da tarde, nos separamos dos amigos de Bento Gonçalves, Caxias, Flores da Cunha e outros. Seguimos em outro ônibus até Porto Alegre, onde chegamos 17h e 45 com muito calor. Corremos para a rodoviária para pegar o próximo ônibus para Cachoeira. A pressa impediu uma despedida mais calorosa. Talvez tenha sido melhor assim...
Tivemos nossa única baixa ao perder uma das mochilas com roupas importantes da Neila, alguns vidros de azeitona chilena, doce de leite argengtino e mais alguma coisa. Foi entre o estacionamento do Haudi Park e a Rodoviária. No ônibus mesmo, mandei e-mails para nossa querida guia Fabiane que havia se separado do grupo em Lajeado, para a Mario Tour e para a Galápagos solicitando ajuda para recuperar a bagagem.
No caminho ligamos para nossas mães para dar notícias e matamos a saudade da paisagem dos pampas ao entardecer.
...nos verdes pampas
do meu Rio Grande,
tudo é beleza,
não se sabe o que é tristeza,
vive alegre o coração...
Minha mãe ligou novamente para convidar-nos para comer algo em sua casa quando chegássemos. Foi uma Boa idéia.
A casa estava em ordem e havia um bilhete em cima da mesa escrito “Bienvenidos” deixado pelo meu cunhado João com umas flores. Na nossa casa, algumas teias de aranha, poeira e nada demais.
Termina a viagem, mas continua a busca eterna pelo conhecimento e por satisfazer a sede que o ser humano tem pelo desconhecido e pelo mistério.
Permanecerá sempre dentro dos nossos corações um grande carinho pelo grupo que nos acompanhou e em especial pela Fabiane: mais do que guia, mestra e guardiã em nossa vivência pelas terras altas do majestoso Império Inca.
Obs.:
Chegamos no sábado e na terça-feira já recebemos de volta nossa mochila enviada pela Galápagos pelo ônibus da UNESUL que faz a linha Porto Alegre - Cachoeira do Sul.
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Um comentário:
Adorei as Fotos.
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